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Os Jardins do Palácio de Schönbrunn em Viena atraem mais de 5 milhões de visitantes por ano, transformando este Patrimônio Mundial da UNESCO em um labirinto lotado nos horários de pico. A frustração de navegar por entre multidões de turistas muitas vezes ofusca a beleza serena que Maria Teresa idealizou para seu retiro de verão. Estudos mostram que 68% dos viajantes culturais citam o excesso de pessoas como sua principal frustração, com os jardins imperiais sendo particularmente afetados devido à sua popularidade sazonal. Grupos de turistas pela manhã e multidões de selfies ao meio-dia perturbam a qualidade meditativa dos labirintos de sebes e da Fonte de Netuno, enquanto os poucos pontos sombreados se tornam disputados no calor do verão. A vasta extensão dos jardins (160 hectares) ironicamente agrava o problema – os visitantes se concentram em áreas previsíveis, perdendo joias escondidas como a Fonte do Obelisco ou o mirante da colina Tavernenberg. Essa tensão entre expectativa e realidade faz com que muitos sintam que visitaram um parque temático em vez de um oásis histórico.

Horários estratégicos para evitar multidões em Schönbrunn
A hora dourada é ainda mais especial em Schönbrunn – chegar às 8h, quando os portões abrem, permite caminhar pelo Grande Parterre apenas com as fontes como companhia, um privilégio que desaparece às 10h com a chegada dos ônibus de turismo. Os jardineiros locais começam seus trabalhos ao amanhecer, oferecendo raras oportunidades de conversar sobre os segredos hortícolas do palácio. Por outro lado, após as 18h, há uma redução de 70% no número de visitantes, especialmente durante os concertos de verão, quando as multidões se deslocam para o palácio. O mirante da Glorieta fica aberto até as 21h no verão, proporcionando vistas panorâmicas de Viena com apenas o distante murmúrio da cidade. Visitas durante a semana (especialmente terças e quartas) têm consistentemente 30% menos visitantes do que nos fins de semana, de acordo com os registros do palácio. Quem evita a cerimônia da troca da guarda às 11h na frente do palácio pode desfrutar dos jardins sem interrupções pela entrada lateral de Hietzing.
Rotas secretas conhecidas apenas pelos locais
Além do eixo principal que leva à Fonte de Netuno, uma rede de caminhos secundários oferece alternativas mais tranquilas. A entrada Meidlinger Tor, perto do jardim botânico, é amplamente ignorada pelos turistas, proporcionando acesso direto ao tranquilo jardim japonês e à casa das palmeiras. Visitantes experientes de Viena seguem a 'regra da margem esquerda' – após entrar pelo portão principal, vire imediatamente à esquerda em direção à Fonte do Obelisco, onde as multidões diminuem drasticamente. Os caminhos sinuosos da colina Tavernenberg (marcados por discretas placas azuis) levam a um vinhedo isolado com vistas do palácio que a maioria dos visitantes nunca vê. Para quem tem dificuldades de locomoção, o perímetro oeste dos jardens, perto do Tirolergarten, possui caminhos sombreados e suavemente inclinados, com vários bancos. Funcionários do palácio observam que essas áreas permanecem relativamente vazias mesmo nos horários de pico, pois a maioria dos visitantes se aglomera em torno do labirinto e da entrada do zoológico.
Melhores épocas para visitar além do verão
Enquanto junho a agosto atraem as maiores multidões, maio oferece momentos mágicos com as peônias em flor no Jardim do Príncipe Herdeiro e as glicínias cobrindo a Orangerie. Setembro traz a colheita das uvas nos próprios vinhedos do palácio, com eventos de degustação de vinhos raramente divulgados para turistas internacionais. Visitantes no inverno, entre novembro e fevereiro, experimentam um luxo diferente – ter os sebes geométricos cobertos de neve quase totalmente para si, embora o labirinto e as áreas das fontes estejam fechados. O segredo é visitar durante as entressafras de Viena (abril-maio e setembro-outubro), quando as temperaturas permanecem agradáveis, mas os grupos de cruzeiros diminuem. O início da primavera oferece o bônus adicional de ver os famosos 10.000 bulbos de tulipas em flor perto das Ruínas Romanas, um espetáculo que a maioria dos visitantes de verão perde completamente.
Transforme sua visita em uma experiência imperial
Os jardins se transformam quando abordados com os rituais da era Habsburgo – leve uma garrafa térmica de melange (café vienense) para apreciar na Glorieta como a aristocracia fazia, ou leve um café da manhã com käsekrainer (salsichas) do Café Residenz próximo. Sessões gratuitas de tai chi às vezes ocorrem de manhã perto das Ruínas Romanas, combinando perfeitamente com a qualidade meditativa dos jardins. Para entusiastas de fotografia, o espelho d'água atrás da Fonte de Netuno cria imagens espelhadas na hora dourada quando posicionado em um ângulo específico que os locais chamam de 'vista de Maria Teresa'. Quem estiver disposto a subir 200 degraus até a plataforma superior da Glorieta (separada da área do café) descobrirá um mirante escondido no telhado. Historiadores do palácio sugerem ler sobre as rotas de caminhada da Imperatriz Sisi pelos jardins antes de visitar – seu caminho favorito, do Jardim Privado até o portão do zoológico, permanece incrivelmente preservado e pouco frequentado.