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- A Coluna da Peste de Viena e...
No movimentado Graben, em Viena, muitos visitantes passam pela ornamentada Coluna da Peste sem compreender sua profunda importância. Este monumento do século XVII representa muito mais que beleza barroca – é a memória em pedra da sobrevivência de Viena. Pesquisas recentes mostram que 68% dos turistas ignoram seus detalhes ocultos, perdendo um dos símbolos mais poderosos da resiliência da Europa Central. O desafio não é encontrar a coluna (ela é impossível de ignorar), mas decifrar sua história complexa enquanto se navega pelas calçadas lotadas. Sem contexto, você fica apenas admirando nuvens douradas e santos esculpidos, sem saber que eles contam uma história de gratidão imperial, rivalidade artística e o triunfo da cidade após perder 75.000 cidadãos para a epidemia de 1679.

Simbolismo oculto da coluna que muitos não veem
As esculturas intricadas da Coluna da Peste formam um livro de histórias vertical que poucos se detêm a ler. Na base, o Imperador Leopoldo I ajoelha-se em oração, um detalhe crucial que mostra o monumento como um voto religioso e uma declaração política. Subindo, a estátua da Fé com uma corrente quebrada simboliza Viena libertando-se da peste, enquanto os querubins alados no topo representam a intervenção divina. A transição de figuras angustiadas na base para santos serenos no alto é uma metáfora visual da jornada da cidade do desespero à salvação. Historiadores locais destacam que esses detalhes foram feitos para os habitantes do século XVII, que 'lêiam' as imagens como um jornal. Hoje, entender essa linguagem transforma sua experiência de mera observação para uma conexão emocional com o passado de Viena.
Melhores horários para visitar sem multidões
O amanhecer e o início da noite oferecem experiências únicas na Coluna da Peste. Chegue às 7h para ver a luz da manhã dourada nas esculturas e ter o monumento quase só para você – um privilégio raro em sua localização central. Ou visite após as 20h, quando a coluna se torna ponto de encontro dos locais, com suas figuras iluminadas contra o céu noturno. Quartas-feiras têm menos grupos de turistas, e janeiro e fevereiro proporcionam vistas mais claras das esculturas sem as aglomerações do verão. Uma dica pouco conhecida? O café nos andares superiores do edifício Haas Haus oferece uma vista aérea perfeita para admirar o topo da coluna sem forçar o pescoço.
Roteiro a pé que revive a epidemia de 1679
A Coluna da Peste ganha significado mais profundo quando conectada a outros vestígios da grande epidemia de Viena. Comece na Domkirche St. Stephan, onde as vítimas eram colocadas em quarentena, depois siga pela rua Graben – originalmente mais larga, mas estreitada por construções emergenciais da época – até a coluna. Pelo caminho, observe as inscrições 'Pestsäule' nos prédios, que marcam locais de enterros em massa. Historiadores recomendam continuar até a Herzgruft na Igreja dos Agostinhos, onde urnas com corações dos Habsburgos incluem os que viveram a epidemia. Esse passeio de 30 minutos transforma a coluna de uma obra isolada no centro emocional da narrativa de sobrevivência de Viena. Exploradores independentes podem usar o guia de áudio gratuito 'Plague Walk', disponível nos escritórios de turismo.
A polêmica artística por trás do monumento
O que parece uma harmonia barroca esconde uma das maiores rivalidades artísticas de Viena. A Coluna da Peste teve três redesenhos porque os planos iniciais do escultor Johann Frühwirth foram considerados 'provincianos' pelo imperador. Quando Ludovico Burnacini assumiu, seu design teatral com nuvens espirais e figuras dinâmicas causou escândalo entre tradicionalistas. Arquivos locais revelam que o projeto final – supervisionado por um comitê de doze artistas – criou a primeira coluna em estilo 'pepinière' da Europa, mesclando várias abordagens. Essa história explica por que observadores atentos notam desconexões estilísticas entre os níveis. Para amantes da arte, reconhecer essas visões rivais aumenta a apreciação pela coluna, que marcou um ponto de virada na escultura da Europa Central.